Desde o início da temporada, a defesa do Campinense tem sido bastante cobrada por tomar muitos gols em bolas que são alçadas a área. O agora ex-técnico Ranielle Ribeiro chegou a diagnosticar que alguns atletas tinham receio destas jogadas por não se sentirem a vontade para cabecear.
Entretanto, no último sábado, na vitória por 2 a 0 sobre o Ferroviário, a Raposa passou intacto por este problema diante de um time que tem vários atletas muito altos. Elogiando não só os zagueiros, mas também todo grupo de jogadores, o atual treinador, Flávio Araújo, destacou o trabalho e a confiança de seu elenco para tentar melhorar neste quesito.
– Quanto melhor o saldo de gols, melhor. Foi um resultado importante, fazer dois gols e não tomar nenhum. Quando a gente fala em não tomar gols, se pensa no setor defensivo, pouco se fala do ataque, é um conjunto. Esperamos que esse resultado faça com que a gente cresça e supere os adversários a cada jogo. Enfrentamos a equipe mais alta da Série C e não tomamos gol de cabeça. Isso é dedicação, confiança dos atletas para cortar essa bola. São atacantes, volantes, laterais, todo mundo tem que atacar a bola para a gente se defender bem neste jogo aéreo – disse.
O triunfo do fim de semana foi apenas o quarto do rubro-negro em toda Série C, e ocorreu num momento fundamental, tanto por ainda restarem quatro jogos para fugir do rebaixamento, quanto por ser diante de um adversário direto na luta contra o descenço.
Durante a semana que precedeu o confronto, o comandante raposeiro afirmou que a questão psicológica de todas as pontas deste processo, jogadores, comissão técnica e diretoria, foi trabalhada para buscar uma resposta positiva, que acabou acontecendo.
– Estávamos preocupados porque a equipe não estava reagindo psicologicamente. O grupo tinha que reagir, e isso foi motivo de reuniões entre comissão, diretoria e jogadores. Toda a semana foi voltada neste sentido, de reforçar psicologicamente todo grupo, não cinco ou dez. Agradecemos também ao nosso torcedor, que mesmo na chuva compareceu e nos ajudou – comentou.
Com os nervos a flor da pele para buscar a reação, seria natural que alguém acabasse saindo do tom. Foi o que aconteceu com o camisa 10 do time, o meia Dione, que foi substituído faltando poucos minutos para o fim do jogo e não gostou, e reclamou acintosamente de ter saído de campo, situação que ficou sendo conhecida por Flávio Araújo, que deixou claro que não aprovou este comportamento.
– Tomei conhecimento, vou conversar com ele pessoalmente. No futebol existem vários tipos de substituições. A saída do Dione foi questão tática para reforçar nos minutos finais um time mais combativo, com três volantes. Soube que ele não gostou da substituição, se comportou de uma maneira errada, porque preciso de todos os atletas. Eu exijo lealdade, jamais irei jogar algum atleta contra torcedor. Eu só fico em um lugar se houver lealdade. Ele é um cara inteligente, vai fazer uma reflexão. Mas não gostei. Estou super feliz pela atuação, mas nenhum atleta pode ficar revoltado porque sai do time – declarou.
Mas sem perder tanto tempo com uma situação incômoda, o técnico já pensa no jogo do fim de semana. Agora, a Raposa tem 15 pontos e subiu para a décima sétima posição da tabela, e tem só um ponto a menos que o Floresta, primeiro time fora do G4.
Com quatro confrontos pela frente e com a clara missão de fugir da Série D de 2023, Flávio Araújo prefere não colocar determinado número de pontos como meta pois prefere pensar jogo a jogo na situação de sua equipe dentro da competição.
– Não faço contas, tem que vencer. Teremos um jogo duro contra o Altos em Teresina, às 15h, mas o nosso objetivo vai ser de vitória – concluiu.
Voz da torcida.