A eliminação do Sousa da Série D, após a derrota por 1 a 0 para o Iguatu e o gol marcado nos acréscimos pelo Atlético-CEcontra o Potiguar, não foi uma surpresa para os que acompanharam de perto a campanha do Dino na competição. O time, que teve um primeiro semestre brilhante, sucumbiu a uma série de erros táticos e de atitude, culminando em uma queda que se tornou previsível.
No Campeonato Paraibano, o Sousa mostrou um futebol organizado, com uma defesa sólida e um ataque eficiente, o que lhe garantiu o título estadual após 15 anos de jejum. Na Copa do Brasil, a equipe jurássica surpreendeu ao eliminar o Cruzeiro, demonstrando capacidade de adaptação, de força e de resiliência. No entanto, esses desempenhos não se repetiram na Série D.
Um dos principais problemas do Sousa na Série D foi a perda de compactação entre os setores. Enquanto no Paraibano a equipe jogava com linhas próximas, facilitando a transição entre defesa e ataque, na 4ª divisão essa organização se desfez. O meio-campo frequentemente ficava espaçado, permitindo que adversários explorassem os espaços com facilidade.
Sousa x Cruzeiro pela Copa do Brasil — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Outro aspecto fundamental foi a inconsistência na marcação. O Sousa falhou em não conseguir manter uma marcação alta eficaz, permitindo que os adversários construíssem jogadas a partir de sua defesa sem pressão significativa. Isso foi especialmente evidente nos jogos fora de casa, onde a equipe recuava excessivamente, sofrendo com ataques constantes.
Ofensivamente, o Sousa se tornou previsível. O time dependia excessivamente de jogadas individuais de jogadores como Alexandre Aruá, Diego Ceará e Felipe Jacaré. Quando essas individualidades não funcionavam, faltava uma alternativa coletiva. A falta de variação tática, como infiltrações pelos lados, para além das investidas de Iranílson, ou jogadas de triangulação, facilitou o trabalho defensivo dos adversários.
Diego Ceará foi um dos poucos destaques do Sousa — Foto: Luciano Soares
A eliminação precoce e decepcionante da Série D é reflexo de um desleixo que se consolidou ao longo das rodadas. A equipe precisa agora de uma profunda reformulação. Mantendo ainda alguns talentos, como Alexandre Aruá, Breno Cézar, Iranílson, Diego Ceará e Felipe Jacaré, o Sousa tem uma base promissora, mas é essencial que a alta cúpula jurássica trabalhe na construção de um plantel mais sólido, determinado e versátil.
Para a próxima temporada, é imperativo que o Sousa não só repita as boas atuações do primeiro semestre, mas também aprenda com os erros cometidos na Série D. A compactação entre os setores deve ser uma prioridade, assim como a implementação de um sistema de marcação mais agressivo e um ataque menos previsível.
Ao lado de Diego Ceará, Aruá foi o jogador mais consistente do Dino em 2024 — Foto: Reprodução / Redes sociais
A temporada de 2024 ainda pode ser considerada positiva pelos feitos históricos, mas a eliminação na Série Dserve como um alerta para a necessidade de evolução contínua e de evitar a acomodação. A reformulação do elenco e a correção dos erros táticos serão imprescindíveis para que o Dinossauro possa almejar voos mais altos no próximo ano.