Seria Arthur Cabral, novo centroavante do Botafogo, o substituto de Igor Jesus, que seguirá para o Nottingham Forest (Inglaterra)? Nas palavras do novo camisa 98, não. Apresentado nesta sexta-feira na concentração alvinegra em Santa Bárbara, a dois dias da estreia na Copa do Mundo de Clubes, o atacante destacou ter características “bem diferentes” das de Igor. Ele também citou o projeto por trás do acerto com o Botafogo e expôs o desejo de retribuir a confiança depositada em seu trabalho.
— Eu vim para o Botafogo pelo grande projeto. É uma grande equipe. Poder disputar a Copa de Clubes e poder disputar títulos pesa muito para qualquer atleta. Quero honrar essa camisa e ser campeão. Quero retribuir toda a confiança — disse Arthur Cabral, acrescentando:
— Em relação ao Igor, eu tenho características bem diferentes. Sou 9. Não venho para substituir ele, o Botafogo queria diferentes características. O centroavante vive de gol. Minha principal característica é essa, é onde eu gosto. Sempre me destaquei por fazer gols, quero continuar fazendo isso.
Questionado sobre conversas com Renato Paiva antes de chegar ao clube, Arthur revelou ter deixado o técnico do Botafogo “no vácuo” por uma semana. Passado o constrangimento, o atacante ouviu desejos de boas-vindas do português.
— O Renato chegou a me mandar uma mensagem, sim. É até engraçado porque demorei uma semana para ver a mensagem (risos). Fiquei cheio de vergonha para responder depois, mas respondi, ele entendeu o motivo de eu não ter visto a mensagem. Ele disse que realmente queria um jogador das minhas características, que me acompanhava há muito tempo, desde o Basel. E que estaria muito feliz de me ter aqui.
— Coincidiu de ser no dia da viagem, quando acabou o campeonato do Benfica, aconteceu muita coisa, viagem longa. Acabou que a mensagem desceu e ficou (risos). Um dia fui mexendo para ver as mensagens antigas. “Caramba, que número é esse aqui? Sem foto e nem nada”. Quando olhei: Mister Renato Paiva (risos).
Vindo do Benfica, o atacante assinou contrato em definitivo com valor total de 15 milhões de euros – cerca de R$ 95 milhões na cotação atual -, incluindo bônus por metas atingidas. O vínculo entre Arthur Cabral e o Botafogo se estende até o fim de 2028.
Outros tópicos da entrevista de Arthur Cabral:
- Trote de apresentação:
— Dos últimos que vieram, acho que fui o único (que ainda não participou). Acredito que tem mais um ou dois que vão passar, eu estou sofrendo. O melhor é fazer antes logo e ficar livre (risos). Estou sofrendo um pouquinho a ansiedade de fazer, mas vai dar tudo certo
- O que pode trazer de experiência?
— A gente espera jogos muito difíceis. Mas antes de pensar nos europeus, temos um jogo muito difícil no domingo. Estrear bem, com uma vitória, vai ser muito importante para conquistar nossos objetivos, passar de fase, chegar na final e ser campeão. Mas, antes disso, antes de pensar no PSG e no Atlético de Madrid, temos um objetivo muito grande no domingo. Temos que estar focados nesse jogo
- O que significa jogar a Copa no Botafogo?
— Minha motivação está lá em cima, estou muito motivado, muito otimista. Poder voltar a jogar, a ter minutos. Eu tenho essa perspectiva de voltar a atuar, de ser importante dentro do campo. É uma coisa que me enche os olhos, me deixa muito feliz e otimista para estar aqui e ajudar o Botafogo no Mundial e na temporada
- Sua família segue no Brasil? Como foi contar para eles sobre o acerto?
— Sim, minha família é de Campina Grande, para quem não sabe. Minha família ficou muito feliz. Poder estar mais perto, no Brasil. Também tenho família no estado do Rio de Janeiro. Todos eles viram com bons olhos. O único lado ruim é meu filho, que vive na Suíça. Vou ficar um pouquinho mais longe dele. Mas são coisas do futebol. Então a prioridade, infelizmente ou felizmente, é o futebol.
- Como está a forma física?
— Fisicamente posso dizer que estou bem, não tive férias. Eu estava em treinamento, na temporada. Acredito que jogo é diferente, eu joguei muito pouco essa última temporada. Então acredito que preciso um pouco de minutos, de campo, de jogar, se voltar a sentir o que é estar no campo. Acho que é só isso. Mas fisicamente me sinto muito bem.
- Curte uma festa junina? Já que é de Campina Grande…
— Eu gosto, gosto… Sou de Campina Grande, maior São João do mundo. É difícil não gostar.
- Como é a convivência com o filho?
— Ele está um pouquinho mais velho, vai fazer quatro anos no mês que vem. É mais fácil, ele pode viajar comigo, com alguma pessoa, que seja minha própria esposa, meu tio, alguém que possa fazer essa viagem. Então a convivência fica mais fácil, tanto que esse ano ele passou bastante tempo comigo em Lisboa