O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, reconheceu problemas na arbitragem do futebol brasileiro. Mas isso, segundo ele, não é motivo para demissão de Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem.
“Se fosse assim, a gente já tinha trocado dez vezes os presidentes, porque está tendo erro sempre. Isso é notório. Não faço meias palavras. A gente acompanha futebol e sabe. O Seneme sabe também da posição. A gente pontua erros em algumas arbitragens. E ele também não está satisfeito. Ele faz o trabalho, mas sabe que pode ser melhor por parte dos árbitros”, disse Ednaldo, nesta sexta-feira, após a convocação da seleção brasileira.
Ainda nesta sexta, haveria uma reunião com os clubes sobre o momento da arbitragem nacional.
“Tem uma reunião da comissão de árbitros com os árbitros e depois com os clubes. Se fosse só trocar a pessoa que comanda, isso vai atrasar cada vez mais o que a gente pretende de melhorias”, completou Ednaldo.
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Falta de critérios. “A padronização tem que ser discutida e aplicada. Senão, vai acontecer de um jeito aqui e, no outro jogo, diferencia. Com o mesmo árbitro. Se não mudou a regra, por que o árbitro está mudando o entendimento? Cada jogo é uma situação, mas o futebol é claro e as regras não mudam da noite para o dia”.
Ambiente de reclamações. “Eu sei da função. É o nosso ofício. Querer tranquilidade no futebol, só se passar de férias na Praia do Forte ou outra praia. Vejo as reclamações dos clubes como algo normal. As que buscam melhoria, são pertinentes. Queremos que apontem os erros e deem soluções. Não somos os donos da verdade. A presidência vai sempre acompanhar e dialogar com os clubes, sobre qualquer situação”.
Profissionalização dos árbitros? “Profissionalização é lei, já está aprovada. Mas a regulamentação, não. Falam: ‘Vamos profissionalizar”. Mas não discutem a legislação aplicada aos árbitros, carga horária de trabalho, tempo de aposentadoria, piso salarial. As pessoas falam como se fosse só colocar no papel que é profissional a partir de hoje. Precisa de um projeto consistente, tramitado no Congresso”.
Qual a nota para a arbitragem? “Eu prefiro que o próprio Seneme dê a nota, porque ele vive diretamente com os árbitros, aplica os ensinamentos e cobra. Independentemente de nota, houve avanços. Mas poderia ser mais. E esse “mais” é que vamos buscar através do diálogo. Arbitragem é prestação de serviço. Quem contrata, tem direito de falar que não está satisfeito”.
* IGOR SIQUEIRA (UOL/FOLHAPRESS)